O lastro de negros lotam os porões dos navios.
Amarrados e tratados no açoite, os doentes e os mortos são jogados ao mar sem nenhuma oração, e a viagem da humilhação humana continua para a satisfação de poucos, num ato de escarvidão.
No fim desta triste jornada, à beira do porto, o mercado negro inicia seu destino, pois já estava acertado pelos brancos que estes homens seriam mercadorias. O estrangeiro que foi importado com o poder do dinheiro seria para servir seu amo e senhor.
E como equinos eram escolhidos pela arcada dentária perfeita e então o preço maior era estabelecido.
Seu dono e mestre era vaidoso, não podia ser contrariado, seu chicote era a garantia que tinha de que ninguém poderia fugir de seus domínios e da carga horária desumana.
Poucos não concordavam com essa determinação e com a arrogância daquele que detinha o poder.
Logo surgiu o primeiro negro fujão, mas pelo dominador logo uma alta patente foi criada: o capitão do mato, que perseguia, caçava e matava o indigente e quem não perecia, era amarrado ao tronco e açoitado, dilacerando sua pele, marcando seu corpo, tentando destruir sua alma, permanecendo alí por muita noites, chorando e pedindo aos seus orixás que o levassem, suplicando pela morte.
Décadas de sofrimentos marcaram a era de uma raça que viveu em escarvidão e discriminação, longe de seu continente pátrio e fazendo com que a raça negra conhecesse outros lugares, levando-os pelo mundo, colorindo a humanidade, transformando um ato de extrema maldade num modo de salvar e evoluir a raça humana.
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