Busquei em meus pensamentos elevar minha mente e descobrir outros caminhos que pudessem me levar a ver outro modo de agir e pensar.
Criei textos, tanto espirituais, quanto românticos, que fazem dos meus momentos de reflexão, meus momentos de criação.

I called up my mind to raise my thoughts and find other ways that could take me to see another way of acting and thinking.
Created texts, both spiritual and romantic, which make of my reflective moments, my moments of creation.

sábado, 27 de outubro de 2012

APEGO



Se você tivesse a chance de voltar
A um momento específico de felicidade do seu passado,
Qual seria a porta para esse dia,
Que com toda a sua alegria você abriria
Para revivê-lo com toda sua energia?
Lembra da festa do seu aniversário que você e toda sua família não conseguiram conter os risos, quando sua pequena mão se apoiou no bolo e o primeiro pedaço foi o seu?
Não tinha força para assoprar a vela porque o gosto do chocolate não deixou?
Ou seria aquele momento do calor do colo mais macio junto com o olhar carinhoso que sua mãe lhe deu?
Ou do domingo especial que vinham todos os seus primos com brincadeiras que jamais esquecerei?
Ou da maior nota da turma na escola e todos ali, por um dia, te achavam inteligente?
Ou do escorregão que levou ao chão numa chuva de verão que me fez ver o mundo num ângulo diferente?
Da importância que teve o primeiro presente de natal,
Do primeiro beijo completamente inocente,
Do pedido que fiz a primeira estrela cadente,
No desejo que guardei de sempre permanecer criança.
Por essas e por muitas outras coisas boas mantenho essa porta permanentemente aberta.
Incontáveis são os momentos felizes que só passamos a perceber quando abrimos essa porta.
Minha vida, minhas alegrias, esse é meu mundo.

sábado, 20 de outubro de 2012

BRAVO E BRAVÍSSIMA



Tempos difíceis aqueles!
Eu era bem pequeno,
E que com muita emoção,
Ainda guardo na memória o início daquela madrugada.
Mais um ataque de asma acometeu o meu fantástico pai,
Que aos cuidados da minha grandiosa mãe
Aos poucos se acalmou, mas não conseguiu dormir.
Me recordo também que meu irmão dormia profundamente
Ao meu lado, em nosso quarto, porque temia a claridade dos raios
e os estridentes travões daquela chuva não cessava.
A força da água rompia o telhado e os seus pingos se espalhavam por todo meu lar.
Me levantei em silêncio e vi minha adorada mãe de joelhos,
Junto à vários baldes e panelas espalhados pelo chão,
Contendo os infinitos pingos que caiam sem parar.
Minha doce mãe com seus fortes olhos me fitou,
E com suas calejadas e únicas mãos me acariciou docemente,
Me mandando dormir com sua voz tranquila.
Obedeci, mas na certeza de que não conseguiria.
Antes do sol nascer a chuva cessou.
Meu bravo pai que não havia dormido, ainda enfermo, se levantou.
Tomou um gole de café, que minha mãe carinhosamente preparou,
E foi trabalhar...
Meus olhos contra minha vontade se fecharam,
E o sol despertou,  eu adormeci.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Fênix





Proscrito sentido, que é a alegria,
Que no meio da vida reaparece.
Minha alma singela
Guardava esperança na palma da mão,
Resguardando o amor
Escondido no coração.
Se acha num olhar
De uma outra alma pura,
Manifestando a carne,
Encandecendo os desejos.
De nossas bocas extinguiram-se as palavras.
Brancos braços,
Asas de anjo me acolhem.
Cama com lençóis,
Sua pele de seda,
Travesseiros, brancas nuvens.
...e renasce o amor...
Para um outro dia se esconder,
Mas nunca morrer.